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terça-feira, 16 de junho de 2009

Quem é João Emanuel Carneiro?

O que Central do Brasil, Orfeu, Deus é Brasileiro, Os Maias, a primeira novela com um protagonista negro tem em comum? Exato! João Emanuel Carneiro. A novela A Favorita acabou, os beijinhos doces já foram substituídos pelo "o que esse hindu tá falando ai? desculpa também não entendi". Os sertanejos pelos indianos, flora, fauna donatela e outras dores, deram lugar à maya, e vários nomes que nem me atreverei a escrever errado. E assim um parágrafo sobre João Emanuel Carneiro chega ao fim sem dizer nada dele. Quem disse?

João trabalhou como colaborador em filmes como Deus é Brasileiro e Orfeu, além de mini-séries premiadas, no caso, Os Mais e a Muralha. Foi também colaborador de um dos principais filmes do cinema brasileiro. Junto com Marcos Bernstein, deixou o diretor Walter Salles com a faca e queijo. Além dos trabalhos premiados o cara também teve sucesso na TV com o público. As suas duas novelas das sete (as duas maiores audiências, no horário, do século) possuiam protagonistas negros. Nada que garante qualquer conquista para o movimento negro (que mesmo assim comemorou o faot, acredite!), as novelas não garantiam nada de novo: ricos complexos, pobres engraçados.

Em A Favorita o autor estreou no horário nobre. Nada muito promissor: a estréia foi a pior audiência da estória das novelas das oito. Depois, com a ajuda das pesquisas de opinião, a novela se recuperou e em cada canto do país as pessoas cantavam que beijinho doce elas tinham. Aqui uma ressalva: como uma dupla que bombou no país só tinha uma música? Seria um fenômeno da velocidade das celebridades instantâneas? Uma cena não me sai da cabeça: Flora compra uma coleção completa de todos os discos da dupla, Ela escolhe um, coloca no vinil e...e... é beijinho doce! Como assim? que coincidência!

João Emanuel Carneiro segue o caminho dos que vieram antes. Talento e capacidade para produzir algo reflexivo, mas mão-de-obra a serviço da alienação e do entretenimento não-reflexivo. Bom para a Globo e a sociedade da palavra única. Mais uma vez eles mostram que o central nesse mundo é o econômico. E eu que posso escrever um texto só com conversa fiada.

Um comentário:

Anderson Santos disse...

PAra mim continua sendo um autor mais ou menos qeu conseguiu emergir para o seleto grupo global que escreve uma novela das oito.