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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Conversa Pertinente só no próximo ano

Então é isso, próximo ano volto com ainda mais textos sobre cultura, comunicação, indústria cultural, mídia e sociedade, jornalismo e enfins!!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Vídeos

Improvável: jogo do troca (http://www.youtube.com/watch?v=FikrU1DRezQ)
O jogo do troca é só um exemplo. Mas você deve assistir o conto de fadas, o frases, o só perguntas... A companhia de humor os barbixas disponibilizou no youtube mais de trinta vídeos da apresentação de seu espetáculo Improváveis. Com a participação de vários comediantes (entre eles Rafina Bastos e Marco Luque) o espetáculo basicamente é feito de improviso, sem cenário, só os atores e a cena que a platéia ajuda a escolher. Tudo não passa de uma grande brincadeira. Qualquer um morre de rir (troca) ri, mas não tanto (troca) chora, qualquer um chora!

Homofobia em A Favorita (http://www.youtube.com/watch?v=yAyROLUgSUo)
Eu já publiquei um texto bem grandinho sobre esse vídeo em dois blogs. Vou restringir-me aqui a dizer uma coisa boa e uma ruim: a boa é que a internet permite que possamos rever quantas vezes quisermos essa e outras cenas, é a TV do futuro realmente, até minha relação com a TV já é diferente, não preciso deixar de fazer certas coisas para não perder determinado programa, simplesmente espero ele aparecer na net. A ruim é o vídeo mesmo, como pode nesse tempo, que parece o dos filmes futuristas de tão moderno, um autor de novela escrever para milhões de telespectadores uma frase como "ele vai ser um são-paulino igual ao Orlandinho".

Charges.com: Barrack Obama - Black or White (http://charges.uol.com.br/2008/11/06/barrack-obama-black-or-white/)
O primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos é um fato que entrará nos próximos livros de história. Após a vitória de Barrack Obama, o discurso de Luther King foi repetido diversas vezes: "eu tenho um sonho..." imagens do povo, especialmente os negros, comemorando a vitória de Obama foi vista milhões de vezes em todo o mundo, ícones do movimento pelos direitos civis falaram que essa eleição era o sinal de que as coisas estavam mudando. Emgraçado, parece que Obama é o Super-Homem ou o Jack Bauer, salvará o planeta e viveremos felizes para sempre! Ainda bem que eu não sou o único que percebi que as coisas não são bem assim. O Charges.com fez uma paródia da música de Michael Jackson Black or White, para não esquecermos que seja branco ou negro, ele ainda é o Presidente da nação imperialista e foi para manter o prestígio do império que ele foi eleito (aliás, muito bem financiado pelas grandes cooporações). Ah! Viva Malcom X!!

Blog do Benja: entrevista com o Mano Brown (http://www.lancenet.com.br/multimidia/?t=Vl=mms://dmedia.lancenet.com.br/OnDemand//tvl_130508_papocombenjapt1.wmvd=Mano%20Brown%20e%20Paulo%20C%E9sar%20Caju%201%AA%20parte%20-%2013/05c=)
No início do ano eu já tinha visto uns pedaços de uma entrevista do Mano Brown no Roda Viva. Um dia desses, procurando umas novidades sobre futebol, encontro uma raridade: uma entrevista de mais de uma hora com o Mano Brown (e mais Paulo César Caju), só falando de futebol e música. O amor pelo Santos, os ídolos que viu jogar, quem o influenciou na música, alguns camaradas do mundo da bola, um papo muito bom com uma personalidade que não costuma aparecer na mídia. Pra quem gosta de futebol é um prato cheio! Pra quem gosta de música também (pronto, agradei meus dois leitores).

O Corinthians voltou (http://www.youtube.com/watch?v=aE3Y_-3EAZI)
Eu odeio o Corinthians. Mas, mesmo assim, me arrepiei quando vi o vídeo com a torcida cantando "coringão voltou!". Naquela semana li e vi vários textos sobre a volta do Corínthians a Série A do Campeonato Brasileiro. Também escutei musiquinhas como a do Roberto Carlos e vídeos de todos os tipos, mas nada me tocava, aquilo era só um monte de gente vibrando com a obrigação de um time grande. Com esse vídeo foi diferente, deu até uma vontade de cantar junto, de querer que meu time vá para a segundona, só pra cantar "o tricolor voltou!".

Blogs

Caso Veja (http://luis.nassif.googlepages.com/)
Luis Nassif dá uma aula de grande reportagem, na verdade, é uma aula de jornalismo. Bem documentado é fundamentado, Nassif disseca o que aconteceu com a Veja nos últimas décadas. Um processo que inicia muito antes dos Mainards e Azevedos. Além de ensinar o que é neocon, copa e cozinha na linguagem jornalística, Nassif mostra a troca de favores entre a revista e alguns "aliados", mostra também como Daniel Dantas passou de inimigo a aliado. Nassif faz lembrar a alunos de jornalismo como eu que nem todos esqueceram aquela palavra tão pronunciada e tão pouco posta em prática: checagem.

Observatório da indústria cultural (http://www.oicult.blogspot.com/)
Para quem pretende estudar cultura, novas tecnologias, indústria cultural e periferia, o blog é um prato cheio. Como o blog é feito por uma galera carioca, boa parte dos artigos escritos são referentes ao cotidiano e as produções e críticas vindas de lá. Mesmo assim têm muita coisa boa. O último que li foi funk na carceragem, recomendo, quem sabe após ler os olhos do meu leitor fiel naum encontre um novo craque para sua seleção.

Classics Movies (http://classicsmoviesonline.blogspot.com/)
Filme de graça online. Um monte de filmes antigos pra assistir sem precisar nem baixar. Cidadão Kane, E o vento levou, Casablanca, vários do Chaplin entre outros. Um verdadeiro achado!

Roja directa (http://www.rojadirecta.org/)
Sabe aquele jogo que você só vê na TV paga? E aquele que nem na paga? Pois é, aqui você não perde nada do futebol. Eu não sei direito como eles fazem, mas aqui tem tudo quanto é jogo. Boa parte do campeonato brasileiro eu vi nesse site. Ele tem uns defeitos: às vezes o canal não funciona, outras o jogo fica muito lento e você não consegue assistir. Mesmo assim, merece uma espiada.

Por trás do gol (http://br.oleole.com/blogs/por-tras-do-gol)
Claro que não iria esquecer do melhor blog sobre futebol da internet né? Brincadeiras de lado, o blog criado por mim e meu leitor fiel, é uma tentativa de discutir futebol sem esquecer que ele está inserido em um mundo que visa o lucro. Não poderia esquecer dele nesta lista, pois foi o responsável por vários dos meus momentos de alegria este ano. Mesmo quem não gosta de futebol vai achar interessante, já que meu companheiro de blog escreve muito bem. O melhor do blog não é nem ele em si, mas a comunidade que o ole ole cria em torno dele, é como se fosse uma comunidade do orkut: você coloca um comentário e o povo vai lá e comenta. De São Paulo a Bahia, passando por Pernambuco, já recebos comentários de todos os jeitos. Só falta os alagoanos né?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Leituras

A Brincadeira
O livro de Milan Kundera fascina aqueles com consciência revolucionária, mas sem apego ao stalinismo. No livro A Brincadeira, Kundera conta a história de um rapaz membro do partido comunista tcheco que escreve uma carta para sua namorada com algumas brincadeiras, criticando o regime "comunista" tcheco. Depois disso ele tem sua vida mudada completamente e começa a questionar aquele sistema pelo qual tanto lutou. O ponto alto do livro é seu final, quando algumas cerimônias religiosas são "adaptadas" aos "novos tempos" e, como relata Kundera, perdem todo o seu poder tanto junto a população que nem liga mais para as manifestações, quanto para os próprios folcloristas que se adaptam ao sistema e agora só produzem obras simples, uma crítica ferrenha tanto a revolução cultural chinesa, quanto ao socialismo real soviético.

Contracorrente
Emir Sader é o organizador deste livro que reune aquilo que de melhor produziu a New Left Review nos últimos anos. Dedico atenção especial aqui ao capítulo inicial, chamado "retomadas", escrito por Perry Anderson. Neste capítulo Anderson conta a história da revista até os dias de hoje, fazendo sempre uma ligaçaõ com o contexto hstórico na qual ela estava inserida.

Ficções
Tinha o livro de Jorge Luis Borges a mais de dois anos encostado. Tentei ler seus contos umas duas ou três vezes, mas não conseguia sair do primeiro. Este ano, finalmente consegui ler, e como me arrependo de não tê-lo feito antes! Li alguns comentários sobre o livro e o conto mais recomendado seria recomendar "Menard, autor de Quixote", mas sinceramente, fico com minha própria impressão e lhes indico "A loteria em babilônia".

Caros Amigos
A Caros é uma revista já há muito tempo por ai. Mas o que deixo aqui a indicação é a edição, não me lembro o mês, com Luis Nassif na capa. A revista inteira é muito boa, a melhor que já li em meus mais de dois anos de assinante. Destaque para a entrevista com o próprio Nassif, uma ótima aula de jornalismo, daquela que a sala de aula não dá.

Amor, Pobreza e Guerra
Quando "desapropiei" o livro do Hiper BomPreço, não imaginava que o autor fosse um direitista. Mas, quando cheguei em casa e li as primeiras linhas me arrependi, o livro era de um defensor de Bush! Resolvi continuar e li o segundo capítulo do livro, uma resenha da trilogia escrita por Isaac Deutscher sobre a vida de Trotsky. Ai, me arrependio de ter me arrependido. Uma resenha gostosa de ler e que coloca o velho camarada como homem respeitoso, algo a se respeitar vindo de quem vêm. Vale ressalva também o artigo escrito por Christopher Hitchens (o autor do livro) em resposta a Noam Chomsky.


Os melhores do Ano

A idéia do blog era falar de literatura, cinema, televisão, internet, música, tudo com algum "ar crítico". Pois bem, ultrapassei um pouco esses limites quando falei de jornalismo e futebol, mas essas coisas acontecem (principalmente quando não se tem outros blogs, coisa que próximo ano não acontecerá).
Bom, a idéia deste "textículo" é dar alguma contribuição ao meu leitor fiel (e aos infiéis que por acaso queiram "curiar") do que de melhor vi, ouvi e li em seis categorias: começo por música, filme e Tv. Depois virão leituras, internet e vídeos.

TV

Could Case (arquivo morto)
Já comentei sobre a série neste blog. Ela é uma das minhas companheiras nas madrugadas de domingo. Resumindo, um departamento de policia que cuida de casos antigos não resolvidos. Para quem tem insônia, vale a olhada. Destaque para as trilhas finais dos episódios, sempre com alguma relãção com o tema ou a época do episódio.

Lost (4ª temporada)
Não sei como cinsegui continuar vivendo quando a quarta temporada de Lost terminou. Também, com as reviravoltas na série e seus famosos Flash forwards, era quase impossível pensar em outra coisa. O personagem Ben simplesmente dá um show de estratégia, sem falar na discussão entre fé e razão permanente na série e alguns mistérios finalmente revelados. O último episódio é daqueles que te fazem querer viajar no tempo para descobrir o que teremos na quinta temporada.

Queridos Amigos
Um daqules momento em que a Globo tenta se legitimar. A programação inteira é sofrível, baixo nível escandaloso. Ai eles pegam um horário quase de madrugada e colocam uma mini-série ótima, sobre a ditadura, politizada, mesmo tendo como tema central a amizade. O depoimento da personagem de Denise Fraga é simplesmente de arrepiar. Que pena que nem todos viram, que pena que a Globo (que apoiou o regime) condiciona seus telespectadores o dia todo com bobagens e mentiras e apenas na madrugada relembra algumas verdades que ela teima em silenciar.

CQC (custe o que custar)
Eu conheci o Rafinha, o Danilo e Oscar dos vídeos de stand-up d no youtube. Quando vi a chamada do programa tive certeza de que era algo, pelo menos, divertido. Eu estava errado, era muito mais. O CQC é com certeza o melhor programa jornalístico da Tv brasileira, disparado o melhor programa da Tv Aberta. Uma aula de que jornalismo não se faz com perguntas combinadas, que é possível aliar investigação com bom humor, sem falar no filtro de absurdos da Tv brasileira mostrado em sem Top 5. Infelizmente, dentro do lixo que é a Tv brasileira, em especial a aberta, algumas aberrações ao invés de sumirem depois de sua aparição no programa, pelo contrário, se lucra horrores com isso, como é o caso da menina Maysa. Esperamos que o próprio CQC não se torne uma aberração.

Capitu
Michel Melamed. Ao pronunciar essas palavras, junto com elas vai a esperança de que algo de bom, digo mais, algo de surpreendente, de inovador pode ser feito na Tv brasileira. Junte Melamed a Luiz Fernando Carvalho e pronto, a combinação não poderia ser melhor. Melamed eu já conhecia do programa recorte cultural da rede brasil, Carvalho de hoje é dia de Maria. Sendo assim, tive a certeza que nos quesitos beleza e edição a micro-série seria de encher os olhos. Na mosca, mais que na mosca, Capitu é um exemplo do que pode ser feito com boas idéias e boa vontade, trazendo para a Tv a história mais importante da literatura brasileira com uma beleza única, misturando elementos de época e modernos como o trêm ou a tatuagem de Capitu. A trilha sonora também é um primor. Nada tenho a reclamar de Capitu, pena que sirva apenas para legitimar a toda poderosa.


Filme

Persépolis
Uma obra prima. Baseado na obra homônima de Marjane Satrapi, Persépoilis conta a história de uma menina iraniana em meio a guerra em seu país. O filme é todo em animação (em preto e branco). O filme é marcante por dois motivos: acaba com a falsa impressão de que no Oriente Médio é tudo a mesma coisa. O povo iraniano é o que podemos chamar de decendentes do povo persa, com uma cultura completamente diferente dos Árabes. Agora, o ponto forte do filme é a maneira como a repressão é tratada. Um filme digno de Oscar e que não por acaso deixou Piaf fora da disputa de melhor filme estrangeiro.

Linha de Passe
Desde que Cidade de Deus apareceu, criou-se um modelo de como mostrar a periferia no cinema. Não que o filme tenha errado, pelo contrário, CDD é um marco no cinema, e quem morou o mora na periferia sabe que aquilo ali é periferia. Já Tropa de Elite, outro que segue o modela de periferia criado por CDD erra feio a mão, personagens esteriotipados, falando gírias e só gírias, como se a periferia fosse burra. Na verdade nenhum dos dois filmes mostra a minha periferia. Eu nunca andei com os traficantes, sempre soube quem eram, mas minha mãe me manteve sempre longe deles. Com uma história que traz o futebol como elo que liga uma mãe e seus quatro filhos, linha de passe mostra a minha periferia, sem ser forçada, mostra a violência, mas mostra que ali também existem seres humanos com sentimentos diversos. O motoboy, o evangélico, o garoto que falsifica a identidade para tentar passar na peneira e o moleque que tenta encontrar o pai, e a mãe solteira (interpretada pela "desconhecida" Sandra Corveloni" ganhadora do prêmio de melhor atriz em Cannes), fazem um filme primoroso, pena que o fim não é dos melhores.

Ensaio sobre a Cegeuira
Solidariedade. Essa parece ser a mensagem que Meireles tenta deixar ao utilizar-se da obra de Saramago. Seu filme mostra uma cidade onde todos perdem a visão, menos uma mulher. todos os habitantes infectados são excluídos do convívio social. Na prisão em que vivem, duas escolhas aparecem: ou trabalhos em parceria ou a barbárie tomará conta daquele lugar. A escolha e seus desdobramentos deixam a clara mensagem: precisamos dos outros, mesmo quando pareve que são os outros que precisam de nós.

Cidadão Kane
Filme obrigatório para qualquer ser humano, em especial os estudantes de jornlaismo. O maior de todos os filmes, com Orson Welles dirigindo e estrelando, conta a história de um magnata das comunicações. Para quem está acostumado com a linguagem rápida de nossos dias, pode acabar cansando um pouco, mas no decorrer da história, dúvido que qualquer um pregue o olho, o que Welles conseguiu fazer apenas em tons de cinza me faz pensar como seria este filme com as possibilidades dos dias de hoje. Cheguei a conclusão de que nãoi seria tão magnífico.

Closer
Eu estava em João Pessoa e uma amiga convidou-me para assistir seu filme prediléto, Closer. Eu disse que iria, mas acabei não indo, preferi tomar umas cervejas na orla da praia. Quando reencontrei minha amiga ela disse-me que perdi um grande filme (estranho seria de fosse o contrário, já que era seu filme predileto) e então começou a contar-me o filme inteiro. A estória foi tão bem contada que voltei pra casa louco de vontade de ver o tal filme. Eu assisti, gostei e ponto. É um bom romance, diferente dos tradicionais estadunidenses, com um roteiro interessante. Mas só, apenas consta nesta minha lista pela importância pessoal e nada mais.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Música

Claudia
Foi curioso como descobri Claudia. Estava no youtube procurando um vídeo da "banda dos sonhos" da Mtv Brasil. Vendo o vídeo, olho entre os destaques um que dizia: "D2 Desbafo". Pronto! Imaginei: "deve ser o D2 falando de alguém ou do sistema, vou dar uma olhada". Tudo não passava de uma música do cara, na verdade até legalzinha, mas o que me chamou a atenção foi o refrão, cantado por uma "voz de vinil", uma mulher que rasgava tudo. Corri pro Goggle pra tentar descobrir quem era a dona da voz. Descobri Claudia, ouvi o cd "deixa" várias vezes, e sem descobri que a música inteira é melhor que seu refrão.

Manacá
Letícia Persiles. Este foi o motivo que fez dar a primerira atenção ao Manacá. Durante sua atuação como Capitu na microsérie da Globo, o encanto foi tamanho que quis saber quem era aquela. Descobri que era cantora também e que tinha um grupo, o Manacá. Completamente enfeitiçado, foi ouvir suas músicas. O encanto tomou-me por completo, logo de cara, ao primeiro "o diabo me mordeu". Um rock-regional feito por cariocas que deve ser ouvido sem medo da cegueira.

O Teatro Mágico
Já conhecia a trupe de Anitelli desde 2007. Mas aqui reservo um espaço para seu "segundo ato", ainda melhor que o primeiro, mais politizado, com letras mais trabalhadas, mas, mesmo assim algo que não foi feito para ser ouvido. Costumo comparar o efeito "TM" com aquili que me causou Cordel do Fogo Encantado: percebi que ouvi apenas não é o suficiente. Tanto Cordel quanto TM foram feitos para ser vistos. Ainda acho que o jogo de palavras usado pelo poeta Anitelli é meio manjado, modinha. Mas vale o recado da arte independente.

China
Eu adoro a nova música pernambucana. Costumo escutar tudo aquilo que chega aos meus ouvidos vindo daquelas bandas. Minha última descoberta é um cara rodado e gabaritado no cenário pernambucano, mas que só tive o prazer de ouvir este ano. China foi vocalista do Sheik Tosado, trabalhou com os caras do mombojó entre outros. Sua canção "colocando sal nas feridas" é perfeita para corações em reconstrução. Mas China é muito mais que isso, é um cantor de mão cheia.

Desejo de Menina
Meu leitor fiel com certeza iria cobrara algo, digamos, mais povão. Pois bem, do lado mais undergroun da periferia dialogando com o agreste, o que encontrei de mais interessante foi o novo cd da banda pernambucana Desejo de Menina. A banda já tinha gravado outros Cd's, mas após o lançamento do seu primeiro Dvd, eles garantiram lugar cravado nos aparelhos de som da periferia, agreste, sertão e camelôs espalhados pelo nordeste, além das rádios fm. Este ano eles vieram com um novo Cd e a dúvida: vai ou não vai? E eles foram. Logo de cara emplacaram uma regravação de Isabela Taviani "diga sim pra mim". Boa parte do Cd é baseado em versões de músicas em inglês. Mas o Cd guarda uma boa surpresa: a gravação de esperando aviões de Vander Lee. Ah! Você não sabe quem é Vander Lee? Pois descubra antes de falar mal da "mais romântica do Brasil".

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

22º CONSINASEFE e a assessoria sindical


Vivi um momento único no único na minha vida na última semana. O motivo, foi a realização do 22º CONSINASEFE aqui em Maceió. Explicando resumidamente, é o Congresso do Sinasefe (entidade representativa dos técnicos e professores do ensino federal técnico, tecnológico e outras instituições como agrotécnicas), espaço onde são deliberados os posocionamentos políticos da entidade e além de alterar o estatuto.
A organização do congresso, com paletras e Gt's, não é
muito diferente dos fóruns do movimento estudantil. Mas, existe uma diferença fundamental: a idade dos participantes. É muito bom ver companheiros com mais de 20 anos só de luta sindical, classista, uma aula de que essa conversa que com idade você vai amolecendo só serve para os pelegos.
Politicamente o congresso também foi muito bom. José Maria (membro do PSTU e Coordenador da CONLUTAS) palestrou sobre a atual conjuntura e as reformas neoliberais de Lula. Espaço de discussão muito rico, onde percebi, de acordo com as falas, os grupo existentes dentro do Sinasefe. São três, como definou um camarada, poderiamos nomeá-los como: um conlutista, um governista e um oportunista.
Mas não tô aqui para fazer uma avaliação do Consinasefe, e sim das possibilidades de se fazer assessoria sindical, dentro de uma perspectica classista. Em meio as discussões e deliberações, conheci Roberta, a assessora do SINASEFE. Pegeui altos toques com ela: sobre a conjuntura dentro do SINASEFE, como é fazer assessoria sindical e a perspectiva desse campo, além de macetes, claro!.
Roberta foi muito atenciosa, me respondeu tudo sempre com um sorriso. Disse que é complicado o trabalho no Senasefe "são três grupos e a cada semana eu tenho um chefe diferente, tenho que fazer o boletim com a cara de cada um", explica. Ela diz que agora já está acostumada, e que o mais importante foi a transparência, segundo ela, os diretores falam tudo o que acontece para ela, pois confiam que aquilo não vai vazar.
Sobre as possibilidades no campo, ela foi otimista: "em brasília tá cheio de sindicato querendo jornalista para essa área, ainda mais com experiência." Quando falei o piso salarial aqui em Alagoas, ela se surpreendeu, disse que o piso em brasília é menor (mais ou menos 1.800 R$), mas que ninguém ganha o piso, todo mundo ganha mais que isso.
Também aproveitei o momento para pedir algumas dicas: como trabalhar melhor as ferramentas de informação? o boletim deve ter periodicidade, ou roda de acordo com que as notícias saem? textos devem ser conferidos pela diretoria inteira?
Depois dessas dicas, ela me fez perceber que o trabalho do assessor ainda é limitado, querendo ou não, seu texto tem que ficar com a cara do sindicato, se ele for de luta ótimo, mas se naum for...



Ps: eu sei, eu sei, quer saber quais foram as dicas né? Vou fazer melhor. Roberta me deu uma dica de um site que é como um classificados de jornalistas, isso mesmo, um "procura-se"
olha ai o link:
http://alexandresena.jor.br/linkzero/

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Homofobia em a Favorita

Faz um tempão que não assisto novela (eu sei, eu sei, todo mundo diz isso). Mas, eu até queria que a novela do jovem João Emanuel Carneiro tivesse sucesso, só pra acabar com a alegria do "quarteto mágico" Glória Perez, Manoel Carlos, Gilberto Braga e Agnaldo Silva (autores que se revesam na autoria das novelas das oito).

Mas, a novela vai de muito mal de audiência, muito mesmo. Ela já possui o título simbólico de pior audiência de uma novela das oito da história. O que não explica a cena lamentável de homofobia.

Existe uma discussão sobre a importância das novelas para a formação do, digamos, pensamento recente do Brasil. Para alguns, a novela é um de orgulho do povo brasileiro, algo que mostra um pouco de nossas tradições e que influenciou e foi influenciada por nossa cultura. Outros dizem que a novela é mais um fenômeno midiático, que aliena e serve para disciminar certos pensamentos hegemônicos e tal.

Bom, o caso do episódio da novela A Favorita deve servir para qualificar a discussão. Orlandinho é homossexual assumido e vai casar com Ceu que está grávida de Halley. Halley chega trazendo um presente para a criança (uma camisa do Corinthians). Depois disso, Orlandinho diz que o presente é apressado, que eles deveriam esperar a criança crescer e que ele achava que ela seria são-paulina. Até ai nada de mais, tudo bem, o homossexual é são-paulino e daí? Qual o problema? Poderia ser só coincidência que o personagem gay da novela sinta simpatia pelo time que, preconceituasamente, é chamado de bambi.

A minha inocência morre quando vem a próxima cena. Nela, Halley, diz exatamente assim: "a gente tem que decidir isso agora porque senão ele vai ser são-paulino igual ao Orlandinho". Vamos fazer uma brincadeira? Troquemos os times por profissões e no lugar de Halley dizer "...são-paulino igual ao Orlandinho" ele falasse: "... advogado igual ao Orlandinho". Entendeu? O problema não está em ser são-paulino, corinthiano, advogado ou jornalista. O "problema" é ser gay, é como se isso fosse um desvio de caráter.

Mando o link da cena para quem quiser comprovar. Novelas: tenha medo!!

http://www.youtube.com/watch?v=yAyROLUgSUo

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Do blog do mestre

Essa eu retirei do blog de meu ídolo máximo no jornalismo esportivo. Detalhe sem importância: ele não tem diploma de jornalista! Detalhe importante: o especial do texto é o pc do b e minha discordância em relação a esperança. Aquilo que sobra, nós já conhecemos.
Gols das urnas
Em Porto Alegre, o PCdoB, que aparelhou o esporte brasileiro e usou a máquina para fazer campanha eleitoral, ficou de fora do segundo turno.
Em São Paulo a reacionária Opus Dei levou a paulada que merece.
Como, no Rio, foi a vez da argentária IURD ficar a ver navios.
E, em Belo Horizonte, que beleza!
O estilo yuppie do governador tucano e a arrogância do prefeito petista deram num segundo turno que eles nem em seus piores pesadelos imaginavam.
Finalmente, em Salvador, ACM acabou de ser enterrado.
Há esperança.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

14 e 15

Domingo à noite, logo após a carreata do 14 acontecer. Ele vai em casa, toma um banho, janta e vai pra casa da namorada. Depois de uns beijinhos e um tempo de silêncio, ele começa o assunto:
-tu não sabe o que aconteceu lá na carreata hoje.
-oxe, o que?
-o primo veio falar comigo umas coisas estranhas...
-aquele teu primo é estranho.
-pare de falar assim dele!
-sim, mas o que ele falou de tão absurdo?
-falando mal do 14...
-então ele é cara-preta! onde já se viu! a mãe dele recebe dinheiro do "cara" e ele ainda fala!
-mas ele falou do 15 também.
-ai não entendo! ele quer ser o prefeito é? ou quer morrer? porque o 14 já disse que foi o 15 que mandou matar esse povo todinho que anda morrendo por essas bandas.
-eu não sei o que ele quer. isso é o mais estranho de tudo. parecia que ele queria que nós fizessimos alguma coisa. ele dizia que esses ai já estão podres e que entende as pessoas como o meu pai e o seu que estão com a corda no pescoço e que vivem do dinheiro do "cara" . Mas ele falava que se o meu pai recebe 450 então imagina o quanto o cara tá tirando por fora? e quando eu falei q era melhor esse pouco que nada ele me olhou e baixou a cabeça e continuamos andando uns cinco minutos até chegar onde estavam os outros com o litro de 51...
-você bebeu? não tinha dito que iria parar depois de ter vomitado aqui na minha porta...
-espere menina! deixa eu dizer! então, depois que voltamos foi que ele colocou a mão no meu ombro e disse: "olha esse monte de gente! olha a cor deles! olha as roupas deles! agora olha lá no palanque! eu estarei sempre aqui com vocês primo, esperando o dia em que vocês estarão comigo!" o que você acha que ele quis dizer com isso?
-eu sei lá! eu só sei que papai já veio umas duas vezes aqui na porta enquanto tu falava. já tá na hora de ir.

Assim, eles se separaram com um beijo e um até amanhã. ele foi no bar do evandro tentar encontrar o primo e pedir explicação daquilo que ele tinha dito mais cedo. ela? foi assistir.

Mais que segurar faixas

Bem, últimos dias antes das eleições e resolvi repassar uma estória acontecida comigo e escrita pelo meu amigo Anderson Santos. Ele adorou quando contei e pediu se poderia escrever sobre ela. Saiu tão boa que estou reproduzindo.



“Manhã de sábado, recebo um telefonema. Era o Cara que já havia me contatado antes para segurar faixas do candidato X por aí.
Fiquei atento, não faz muito tempo que saí do meu interior e precisava de dinheiro para me manter na cidade grande. Além disso, ainda tem mais dois primos que vieram comigo. Estávamos loucos por grana!
Pediu para que a gente fosse para o mesmo lugar da outra vez, porém não disse o que íamos fazer lá. Como precisava do dinheiro nem me preocupei em perguntar. Sabem como é que é esse período eleitoral né?
Chegamos lá e colocaram a gente com um monte de pessoas num ônibus. Muito ruim por sinal. Levaram até uma das praias da cidade; disseram que quando chegasse lá avisariam o que tinha que fazer. O bom é que já prometiam cinqüenta reais.
Logo a gente tava na praia e juntaram o comboio na praça. Deram um rojão para cada um. A função era lançá-los na direção do trio elétrico dum candidato adversário que faria carreata lá em alguns instantes – olha que o tal candidato não tinha tantos votos assim segundo as pesquisas.
Eu e meus primos soltamos os nossos e nos afastamos, assim como o Cara tinha avisado. Num é que teve um doido que acertou justamente no trio? Só vimos a correria; a polícia logo atrás dele. Só ficamos parados, observando.
Ah! Cada um conseguiu R$ 50 com isso depois. Pagaram a gente e ainda o candidato do Cara ganhou as eleições.”

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre o diploma de jornalistas

Eu sabia que meus três fieis leitores não me desapontariam. Eu já converei sobre o assunto e sabia que as argumentações seriam muito boas. Mas, deixando o "baba-ovismo" de lado, bora ao texto e ao tema.



Inicio dizendo que sou contra a obrigatoriedade do diploma, mas esse é um debate que precisa ser feito com calma por dois motivos:

1. Não usar o mesmo discurso dos donos da mídia, afinal, eles também defendem a não-obrigatoriedade e saber se diferenciar é importante.

2. Como conversar sobre isso com o estudante, em especial o novato, cheio de esperança com o curso.

Existe um lugar comum nos comentários: antes do diploma, é necessário debater a qualidade do ensino. Eu digo mais, devemos debater a quem serve esse ensino? Mas, esse não é o ponto que quero debater.

O mais sério nesse textinho, com fala de ministro e tudo, é a possibilidade de praticamente transformar o curso de jornalismo num curso técnico, reduzir o curso a aprender técnicas, retirando todo o conteúdo, digamos, humanístico (eu preferiria que o conteúdo fosse crítico mesmo).
Isso é mais uma tentativa de separar o Jornalismo da Comunicação Social, fato sério, que precisa ser encarado como tal por aquele que, antes de jornalistas, são comunicadores sociais.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Haddad defende discussão de novas diretrizes para cursos de jornalismo

Um texto que copiei sobre o diploma de jornalismo. Eu sei, meus três fieis leitores querem saber minha opinião, mas, primeiro, eu quero saber oq vcs acham do tema?

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, disse hoje, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que criará uma comissão para discutir as diretrizes curriculares dos cursos de comunicação social, em especial o de jornalismo, da mesma forma que o MEC já fez com as graduações der Direito e Medicina.

Entre os possíveis assuntos que serão debatidos pela comissão está a possibilidade de criar cursos de especialização em jornalismo para que formados em outras áreas também possam exercer a profissão.

"Nós acreditamos que é um bom momento para discutir essas diretrizes e verificar inclusive quais são as competências que precisam ser adquiridas por um profissional de outra área para que possa exercer a profissão de jornalista", explicou.

Para o ministro, o aprofundameno do debate pode implicar em melhoria da qualidade do exercício profissional. "A comissão discutirá isso, sem prazo detreminado, para que o MEC tenha um posicionamento oficial sobre o assunto (obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão). Mas essa (a formação complementar) é uma possibilidade. Um médico, por exemplo, pode fazer um após em comunicação para cobrir os assuntos de saúde, ou um pedagogo para cobrir educação", comparou.

Para o presidente da Federação Nacional Dos Jornlaistas (FENAJ), Sérgio Murilo Andrade, o momento é inoportuno para o debate. Em poucas semanas, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar ação que regulamenta a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.

"Pouco adianta o MEC discutir essas possibilidades se a legislação que regulamenta (a profissão) só pode ser mudada pelo Congresso Nacional", defendeu Andrade.

"É mais uma iniciativa que não contribui para o debate, mas ajuda a tumultuar. É o olhar de quem desconhece a realidade do mercado, os salários, as condições de trabalho. Um advogado vai estudar cinco anos, se formar, estudar jornalismo por mais dois anos e entrar em uma redação para ganahr R$ 1,2 mil, subir morro e levar tapa de bandido?", questionou Andrade.

Fonte: Agência Alagoas


terça-feira, 9 de setembro de 2008

o herói americano me persegue

Heróis como Super-Homem, Batman não foram tão influentes na minha infância. Eles não possuem a mesma importância de um Goku ou um Seiya. Quando brincava de "briguinha" com meus primos eu era o Shiryu de dragão ou o Iori Yagami não o Wolverine ou o Homem-Aranha. Mas, eles estavam lá, os heróis americanos estavam lá, não com a mesma importância dos japoneses, mas estavam lá te cutucando com o dedo indicador.

Infelizmente, não sou mais criança, sou um pós-adolescente (se é q isso existe) e sim, acompanho as séries americanas nas madrugadas da vida. Mas, oq só fui me aperceber um dia desses é como essas series tentam nos mostrar uma nova face do herói americano.

CSI Miami, Arquivo Morto e Desaparecidos, são as séries que acompanho com mais frequência. Em CSI é legal a maneira como os episódios são levados, os diálogos "técnicos" parecem sofisticados e compreensíveis ao mesmo tempo. Em arquivo morto, gosto dessa coisa dos personagens no passado e no presente, além da música que encerra cada episódio, sempre de acordo. Em desaparecidos me agrada o fato de nem sempre termos um assasino ou um culpado, às vezes, simplesmente, a garota foi dar uma volta.

Um episódio curioso aconteceu em cada uma dessas séries um dia desses. Em CSI Miami um mesmo assassino matou uma garota e uma garota latina. O episódio mostra a mobilização da imprensa para encontrar a garota branca, desaparcida e também o culpado. No final do episódio o culpado é encontardo. Antes dos créditos, um dos policiais dá uma lição a um jornalista quando este pergunta sobre o caso: que a mídia não tratasse diferente a morte da branca e da latina. Lembrei-me na hora do caso Isabela Nardoni.

Em Arquivo Morto um caso claro de propaganda ideológica. O policial numa conversa com um rapaz que foi expulso de sua comunidade, conta que seu pai também foi expulso de sua terra. Seu pai, cubano, foi expulso "por um homem chamado Castro", nas palavras do dubaldor, por defender a democracia e a liberdade.

Já na série Desaparecidos, a "bondade" do mocinho atinge sei estágio máximo. Após participar do sequestro de uma criança africana (mais precisamente do Sudão) adotada por um casal famoso (acho q já vi isso em algum lugar), um garoto, tembém sudanês, é levado para ser interrogado. Depois de contar sua história de vida sofrida na Africa e da vontade de tentar a sorte na terra das oportunidades, o detetve falsifica a investigação e permite que o garoto saia livre. A parte mais interessante dessa cena é o olhar de pena do detetive, algo q merece nota.

Pois é. O tempo passa o tempo voa e a perpetuação da ideologia dominante continua numa boa. O herói americano agora vem com cara humana, não possui poderes, apenas inteligência e raciocínio rápido. Oq há em comum nos três casos? É sempre o policial quem dá a lição de moral, é ele o exemplo de ética, visão democrática e bondade. Digo a vc: tenha medo!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Onde vamos parar?" ou "que porra é essa" ou "como diz a minha mãe: é o fim das eras"

A banda Calcinha Preta acaba de lançar seu cd volume19 (espero o dia do volume último). A primeira vez que escutei os novos sucessos da auto-intitulada "a maior e melhor banda de forro do mundo" foi lá em olho d'água da cerca (onde fica isso pouco importa). Poderia ter sido em qualquer lugar: no bar do Evandro, na casa do Zé Mariano, no som super potente do Ramom.

Mas não, o lugar parece ter sido escolhido a dedo pelo destino. Eu estava bebendo refrigerante enquanto alguns amigos bebiam cerveja (compadre Junior, compadre Juca, Samuca, compadre mané, "Vô" e Daniel). Onde? Em frente a casa do prefeito (título simbólico de um dos moradores do povoado, o motivo do apelido ficou perdido no tempo). Estávamos lá, conversando qualquer coisa, quando...

A música chama-se Vencedor (nós estamos com você). Não sei quem é o compositor dessa raridade da música brasileira. O que de diferente das outras músicas de forro? Bom, ela não é de duplo sentido, nem possui uma letra brega-romântica (ou seja, não faz parte nem da escola cearense nem da escola pernambucana). Ótimo vc dirá. Não, não é ótimo, ela consegue ser pior que isso.

A letra de Vencedor é um escancarado jingle de candidato e dos mais populistas!!! Agora imagina o pq disso? Bom, se não é mais permitido os showmícios, então bora inaugurar praças e comemorar data de aniversário da cidade e da padroeira e do diabo que lhe carregue. E manda a Calcinha Preta cantar "agora me dá um abraço você já ganhou".

Ah! quem tocava a música era "Carrinho" (um dos candidatos a vereador que tem como curral eleitoral o povoado). Ele nem precisa pagar pra ninguém fazer um jingle par ele, a Calcinha Preta já fez isso.



A letra da música pra quem quiser... enfim

Vencedor (Nós Estamos com Você)
Calcinha Preta
Composição: Indisponível

Ele é o cara que merece ser o vencedor...
Ele é o cara que faz tudo sempre com amor
Ele é o cara que o povo sabe que é capaz
E hoje eu estou aqui com ele, ele é demais
Ele é a fé, a esperança o sonho da gente
E eu tô com ele, não abro, ele é compente
Ele é um cara decente que pensa no povo e no trabalhador
Ele dispara na frente é com ele que eu vou..!

Campeão, Vencedor! O povo está do seu lado você tem valor!
Campeão, Vencedor! Agora me dá um abraço você já ganhou!

Ele é o cara que merece ser o vencedor
Ele é o cara que faz tudo sempre com amor
Ele é o cara que o povo sabe que é capaz
E hoje eu estou aqui com ele, ele é demais
Ele é a fé, a esperança o sonho da gente
E eu tô com ele, não abro, ele é compente
Ele é um cara decente que pensa no povo e no trabalhador
Ele dispara na frente é com ele que eu vou

Campeão, Vencedor! O povo está do seu lado você tem valor!
Campeão, Vencedor!Agora me dá um abraço que você já ganhou!
Agora me dá um abraço você já ganhou!
Agora me dá um abraço você já ganhou..!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ronaldinho Gaucho no top five

Tenho praticamente 15 anos de futebol. Lembro-me com toda a clareza da copa do mundo de 94. Romário e Bebeto, o goleiro Belga e o craque Klisman. A grande Romênia derroando a Argentina. Uma Nigéria que até hoje é a melhor seleção africana que vi jogar. Sem falar em Holanda, Suécia e Bulgária. Que copa!!

Mas o primeiro momento futebolístico de que me lembro é outro: final do brasileirão de 92. Flamengo e Botafogo. Zinho e Junior até hoje estão na memória. Estão entre os grandes. Não entre os maiores. Zinho nunca foi um de meus prediletos, nem naquela seleção de 94 com três volantes e só ele armando. E Junior estava em final de carreira (e q final!!).

A verdade é que sou fruto de uma nova geração de apreciadores do futebol. Não tenho vergonha de dizer que o melhor jogador que vi jogar foi Zizu, ou Zidane. O estilo dele de jogar é o que mais me agrada: bola no chão, bom toque, cerebral, refinado, dribles curtos. É obvio que possuo meus critérios, não basta ser gênio com a bola no pé, é necessário, pelo menos, mais duas coisas: ser decisivo e ter ganho títulos expressivos. Zizu possui os dois maiores (a Copa do Mundo e a Champions League).

Outro jogador incrível é Riquelme. No mesmo estilo de Zidane. O "maestro" do time do Boca joga por música. Ele também comanda a seleção argentina e ostenta a pesadissima camisa dez. Possui apenas um grande problema: não consegue ganhar títulos fora da boboneira. Foi assim no Villareal, onde conseguiu chegar às semi-finais da Champiosn League. Só que com a bela camisola amarela perdeu um penal no último lance do jogo. Com a seleção de seu país também nunca ganhou um título que mereça nota.

Riquelme, Zidane, mas afinal, onde está Ronaldinho nisso tudo?? Essa é a polêmica: podemos comparar Ronaldinho a algum desses jogadores? A resposta é simples. À Riquelme, sim. A Zizu, jamais. O gaúcho é vencedor de Copa do mundo. E mais, no principal jogo do Brasil rumo ao penta, foi dele a atuação decisiva contra a Inlaterra. Levou Champios League: a taça veio para coroar uma sequência de duas temporadas quase perfeitas. Fez gol de tudo quanto foi jeito, passe de todo jeito. A Copa de 2006 parecia ter sido feita pra ele. Mas ai ele e a seleção foram pro buraco e de lá pra cá não joga absolutamente nada.

Ronaldinho não é Zizu, muito menos Maradona ou Pelé. Mas está na minha lista de Top Five que vi jogar.