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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

The Take

"Ocupar, resistir, produzir"
Estas são as palavras de ordem que se proliferaram pela Argentina no período que levou Néstor Kirchner à presidência, nas ocupações de fábrica que Avi Lewis e Naomi Klein documentaram com maestria.
O documentário mostra um país na miséria, com crianças que antes comia lanches americanos e que agora catam lixo, um país, que como em diz o documenário, foi feito pobre.
Resgatando o período de Peron, com uma ascendente classe média, a época, a mais prospera da Amérial Latina, e com uma indústria "made in Argentina", o país caminhava para o primeiro mundo, assim como Canadá e Austrália.
Em um segundo momento, o filme lembra a tragédia do governo Menem e a entrega do país ao FMI com mais da metade da população indo parar abaixo da linha da pobreza.
Com a crise, os bancos internacionais retiraram 40 bilhões dos cofres argentinos e a população, agora pobre e desembregada, viu os ricos mandarem su dinheiro embora, enquanto o governo congelava os bancos, causando mais sofrimento e revolta.
Em pouco tempo, os "panelaços" feitos em frente a Casa Rosada (sede do governo argentino) e os gritos de "que se vayan todos" ganharam as ruas.
E depois de cinco presidentes depostos em três semanas, a Argentina deixou de pagar a maior dívida externa do mundo.
"Somente protestando muito podemos realizar"
É nesta conjuntura que se prolifera o Movimento Nacional de Fábricas Recuperadas (MNFR).
Um casal de trabalhadores é um exemplo do que se tornou o país naquele tempo. Em um determinado momento do documentário, a esposa fala que antes gstava com cremes, perfumes e que as filhas nem dvem mais lembrar o sabor de um Mc Donald's, "se pago dívidas as meninas ficam com fome, sendo assim, prefiro não pagar as dívidas e aí elas acabam se acumulando".
Voltando ao MNFR, os trabalhadores ganham o direito de autogestionar as fáricas, caso os "donos" tenham vendido algm equipamento. O exemplo de autogestão vitoriosa é a fábrica Zanon Cerâmicas, a "avó" do movimento, com mais de 300 trabalhadores, ganhando exatamente o mesmo salário, com decisões tomadas em assembléia, com todos tendo direito a voz e voto.
Só que agora, o burguês quer de volta a fábrica e os trabalhadores fazem vigília. O que eles usam como armas? Estilingue, conhecido no meu interior como peteca.
Até 2004, ano do documentário, eram cerca de 200 fábricas recuperadas.
"Nossos sonhos não cabem em suas urnas"
Em meio a eleição, com o retorno de Menem de um lado e Kirchner do outro, o movimento diz essas palavras.
O documentário mostra o ciclo vicioso da compra de votos, onde paga-se um sanduíche e uma coca e os votos estão garantidos.
Descobre-se em uma das fábricas ocupadas, a Forja, que ainda está tentando reabrir com a ajuda do MNFR, um eleitor de Menem. Para ele é necessário mudar, melhorar a situação em relação ao que se tem com "pessoas mendigando 150 pesos mensais". Uma clara contradição dentro do movimento que, óbvio, não é perfeito.
Sem conseguir reabrir, os trabalhadores da Forja, depois de recorrer a Justiça e ter como resposta um não da juíza, agora apelam para os políticos.
Uma cena mostra o dia das eleições. Nela, uma senhora peronista, mãe de uma das trabalhadoras empregadas pelo MNFR, paga propina para uma senhora votar em Kirchner. Sua filha não votará em ninguém.
Em outra passagem do dia das eleições, a tal filha citada agora a pouco lembra que os gritos de que "se vayan todos" não fncionou, já que todos os candidatos são exatamente aqueles que deveriam "ir".
O fim das eleições todos já sabem, já o das fábricas ocupadas, deixe que quem quiser assistir o documentário descubra.

2 comentários:

Débora Accioly disse...

Fiz a bobagem de ao inves de comentar esse logo depois que li, continuar a leitura do blog. Fiquei sem palavras pra esse.. rsrsrsrs

Mentira.

Olhe, acho que tive uma idéia de conjunto.. fazermos resenhas/analises de documentarios e filmes frequentes... porque, tu é BOM! kkkkkkkkkkkkkkkkk
Tu faz com que eu queira assistir TUDO que tu bota aqui! Problema? Teu.. que vai ter que trazer! kkkkkkkkkkkkkk =]

Falando sério... não conheço muito a historia dos nossos hermanos argentinos, mas depois dessa, vou procurar mais informações...
Ficou otimo vida.. como tudo que você toca.

Te amo.

Anderson Santos disse...

Deve ser um bom documentário mesmo. Na Argentina eles fazem protesto, já aqui ficamos em casa reclamando com a família...