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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Negócio de famílias

Um fato curioso passou desapercebido pela imprensa alagoana nestas duas últimas semanas. Na semana passada, mais precisamente no dia 26 de outubro, o PMN (na figura de seu dono, o deputado federal Francisco Tenório, o Chico, que, entre outras coisas, está envolvido na operação taturana e na morte do Cabo Gonçalves) entrou com ação pedindo o mandato do deputado Artur Lira que trocou o PMN pelo PP durante o período para novas filiações.
Até ai, nada de mais. Acontece que, caso Artur Lira perca o mandato, quem assume é ninguém mais ninguém menos que o irmão de Tenório, José Maria Tenório. Claro que o pedido de devolução não se resume a isso. Vale lembrar que na semana passada, Lira acusou Tenório de "perseguição política", afirmou ter provas contra o dono do PMN, e provocou a fera, duvidando da coragem de Chico, afirmando que "se ele (Tenório) tiver coragem de entrar na Justiça, depois de tudo o que ele fez...".
Nesses últimos dois dias tentei falar com Chico para saber sua versão, porque não entrou contra todos os deputados (sete deixaram o PMN durante o "troca-troca"), enfim, esclarecer as coisas. Infelizmente não consegui falar com ele, mas sua assessoria fez o favor de respaldar o que dizem seus desafetos: que ele, e somente ele, responde pelo PMN no Estado. O assessor também garantiu que na próxima semana haverá uma reunião com a cúpula do partido (quem?) para reorganizar esta situação.
Tudo bem explicado até ai, vamos para a outra família. Que outra? A de Lira. Sim, porque Artur Lira deixou o PMN e ingressou... no partido do pai, o PP de Benedito de Lira. Lira, o filho, também não foi encontrado por esse repórter para dizer como recebeu a notícia de que o PMN quer o seu, e apenas o seu, mandato, ou para reafirmar se realmente, caso o PMN tome seu mandato, ele colocará a boca no trompete, que é mais legal que trombone.
Muito mais solicito que o filho, Lira, o pai, disse que o PP, que também está na ação, esperará muito bem sentado pela tal e não falará nada até saber as novas por fontes oficiais.
E os outros deputados?
Enquanto aos outros rapazes, cabe agora apenas a Procuradoria Regional Eleitoral, específicamente a procuradora Niedja Kaspay, estudar os casos e entrar com ação, ou não, na Justiça. Lembrando: os partidos tinham até o dia 28 do mês passado para entrar com ação contra os deputados puladores de cerca. Agora, o Ministério Público, na figura da Procuradoria, tem mais trinta dias para "provocar" a Justiça.
O deputado Gilvan Barros (o sobrinho é prefeito em Girau do Ponciano), que não é bobo nem nada, já encaminhou pedido de justa causa, explicando o motivo de sua saída do PMN, e aguarda parecer que deve sair na próxima semana.
Os outros deputados podem dormir tranquilos, não devem sofrer nenhum tipo de ação.
O motivo foi esclarecido por Chico aos deputados Isnaldo Bulhões (cujo pai é presidente do Tribunal de Contas), Sérgio Toledo (que o primo é o presidente da Mesa Diretora da Assembleia) e João Beltrão (o irmão é deputado federal): eles não faziam parte dos planos do partido para 2010.

2 comentários:

blog's homéricos disse...

Putz.
Tudo em familia é mais gostoso?!

foda.


te amo!

Anderson Santos disse...

Muito boa a análise jornalística. Você só citou uma das ligações dos Beltrão, mas a família tem umas três prefeituras ainda.