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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Homofobia em a Favorita

Faz um tempão que não assisto novela (eu sei, eu sei, todo mundo diz isso). Mas, eu até queria que a novela do jovem João Emanuel Carneiro tivesse sucesso, só pra acabar com a alegria do "quarteto mágico" Glória Perez, Manoel Carlos, Gilberto Braga e Agnaldo Silva (autores que se revesam na autoria das novelas das oito).

Mas, a novela vai de muito mal de audiência, muito mesmo. Ela já possui o título simbólico de pior audiência de uma novela das oito da história. O que não explica a cena lamentável de homofobia.

Existe uma discussão sobre a importância das novelas para a formação do, digamos, pensamento recente do Brasil. Para alguns, a novela é um de orgulho do povo brasileiro, algo que mostra um pouco de nossas tradições e que influenciou e foi influenciada por nossa cultura. Outros dizem que a novela é mais um fenômeno midiático, que aliena e serve para disciminar certos pensamentos hegemônicos e tal.

Bom, o caso do episódio da novela A Favorita deve servir para qualificar a discussão. Orlandinho é homossexual assumido e vai casar com Ceu que está grávida de Halley. Halley chega trazendo um presente para a criança (uma camisa do Corinthians). Depois disso, Orlandinho diz que o presente é apressado, que eles deveriam esperar a criança crescer e que ele achava que ela seria são-paulina. Até ai nada de mais, tudo bem, o homossexual é são-paulino e daí? Qual o problema? Poderia ser só coincidência que o personagem gay da novela sinta simpatia pelo time que, preconceituasamente, é chamado de bambi.

A minha inocência morre quando vem a próxima cena. Nela, Halley, diz exatamente assim: "a gente tem que decidir isso agora porque senão ele vai ser são-paulino igual ao Orlandinho". Vamos fazer uma brincadeira? Troquemos os times por profissões e no lugar de Halley dizer "...são-paulino igual ao Orlandinho" ele falasse: "... advogado igual ao Orlandinho". Entendeu? O problema não está em ser são-paulino, corinthiano, advogado ou jornalista. O "problema" é ser gay, é como se isso fosse um desvio de caráter.

Mando o link da cena para quem quiser comprovar. Novelas: tenha medo!!

http://www.youtube.com/watch?v=yAyROLUgSUo

Um comentário:

Anderson Santos disse...

Por ser um palmeirense filho de corinthiano, defendo a liberdade de escolha de time por parte dos filhos - de religião tb.

Apesar de tirar muiota onda dos tricolores dessa história de bambi, falar coisas assim numa novela das 9 é demais.

Posta isso no nosso blog puxandoa discussão para a torcida sãopaulina - acrescentar no final.