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terça-feira, 9 de setembro de 2008

o herói americano me persegue

Heróis como Super-Homem, Batman não foram tão influentes na minha infância. Eles não possuem a mesma importância de um Goku ou um Seiya. Quando brincava de "briguinha" com meus primos eu era o Shiryu de dragão ou o Iori Yagami não o Wolverine ou o Homem-Aranha. Mas, eles estavam lá, os heróis americanos estavam lá, não com a mesma importância dos japoneses, mas estavam lá te cutucando com o dedo indicador.

Infelizmente, não sou mais criança, sou um pós-adolescente (se é q isso existe) e sim, acompanho as séries americanas nas madrugadas da vida. Mas, oq só fui me aperceber um dia desses é como essas series tentam nos mostrar uma nova face do herói americano.

CSI Miami, Arquivo Morto e Desaparecidos, são as séries que acompanho com mais frequência. Em CSI é legal a maneira como os episódios são levados, os diálogos "técnicos" parecem sofisticados e compreensíveis ao mesmo tempo. Em arquivo morto, gosto dessa coisa dos personagens no passado e no presente, além da música que encerra cada episódio, sempre de acordo. Em desaparecidos me agrada o fato de nem sempre termos um assasino ou um culpado, às vezes, simplesmente, a garota foi dar uma volta.

Um episódio curioso aconteceu em cada uma dessas séries um dia desses. Em CSI Miami um mesmo assassino matou uma garota e uma garota latina. O episódio mostra a mobilização da imprensa para encontrar a garota branca, desaparcida e também o culpado. No final do episódio o culpado é encontardo. Antes dos créditos, um dos policiais dá uma lição a um jornalista quando este pergunta sobre o caso: que a mídia não tratasse diferente a morte da branca e da latina. Lembrei-me na hora do caso Isabela Nardoni.

Em Arquivo Morto um caso claro de propaganda ideológica. O policial numa conversa com um rapaz que foi expulso de sua comunidade, conta que seu pai também foi expulso de sua terra. Seu pai, cubano, foi expulso "por um homem chamado Castro", nas palavras do dubaldor, por defender a democracia e a liberdade.

Já na série Desaparecidos, a "bondade" do mocinho atinge sei estágio máximo. Após participar do sequestro de uma criança africana (mais precisamente do Sudão) adotada por um casal famoso (acho q já vi isso em algum lugar), um garoto, tembém sudanês, é levado para ser interrogado. Depois de contar sua história de vida sofrida na Africa e da vontade de tentar a sorte na terra das oportunidades, o detetve falsifica a investigação e permite que o garoto saia livre. A parte mais interessante dessa cena é o olhar de pena do detetive, algo q merece nota.

Pois é. O tempo passa o tempo voa e a perpetuação da ideologia dominante continua numa boa. O herói americano agora vem com cara humana, não possui poderes, apenas inteligência e raciocínio rápido. Oq há em comum nos três casos? É sempre o policial quem dá a lição de moral, é ele o exemplo de ética, visão democrática e bondade. Digo a vc: tenha medo!!

3 comentários:

Salomão Miranda disse...

Gostei do seu texto. Será que esse blog vinga? Eu te aconselho a alimentá-lo. Não precisa gastar tempo com ele. Qdo der vontade vai lá e posta. Mas depois vc vai ver como é bom ter o retorno das pessoas ao ler algo seu. Eu te encorajo meu caro!
Até pq nossas conversas pertinentes (sem brincadeira!) são importantíssimas pra mim, vc atenta para questões q às vezes eu não enxergo, como foi o caso do wado q conversamos hj.
Abraço!

Anderson Santos disse...

Na minha infância era os Power Rangers, heróis amercianos baseados em histórias e lendas japonesas.

Há uma das linhas teóricas que dizem que o folclore, "saber do povo", foi criado por policiais americanos (ou ingleses?) para desqualificar a cultura popular e virou "cult". Coencidência com seu texto não?

Débora Accioly disse...

UAu. :)

Mais um lugar pra alimentar a minha maravilhosa sedução pelo seu intelectual. :)
Sei que esse comentário vai ser meio antigo ne? Mass. ta valendo!

Beijos.