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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Zé Maria passou por aqui

A Paraíba recebeu um candidato a presidente nesta terça-feira. Eu não estive in loco, não tenho propriedade para reproduzir exatamente o dito ou o não dito pelo trotskista. Mas, ao tentar encontrar nos portais de notícias algo referenta a ilustre visita, me deparo com o silêncio, melhor, cegueira quase completa dos brucutus.

Digo quase porque o portal Paraiba1, tentáculo virtual do principal grupo de mídia paraibano, reprodutor dos signos globais nas terras do rio Sanhauá, estampou a visita em sua página principal. Obviamente ao final dela, depois de passar pelo embrólio jurídico que vem sendo o julgamento da legibilidade (ou não) de Cássio Cunha Lima.

Após ler o conteúdo, pensei "melhor seria se não tivesse uma única linha". Os motivos começam no título da matéria "Presidenciável do PSTU visita JP e defende o fim do bolsa família". Continuando a leitura, percebe-se um feito comum nas redações, em especial nos portais de notícias. Trata-se do texto não assinado. Assim como um filho sem pais, um texto com a definição 'da redação' no lugar do belo nome do repórter é uma anomalia.

A reportagem do Paraíba1 tem pai, isso é fato de simples comprovação. Os conhecedores das redações de portais sabem que o repórter é um faz tudo. Ele entrevista, faz as fotos, edita o texto, titula...

Assim, fica óbvio, foi a Camila Alves, creditada na foto da reportagem, a entrevista concedida pelo presidente nacional do PSTU. Já o texto final não posso garantir. Provavelmente ao chegar a redação e finalizar o texto mostrando que o candidato mostrou a vaibbilidade do socialismo, o redator tomou para si o filho e fez uma abertura à moda da casa.

"Em entrevista ao Paraíba1, o político, que também é presidente nacional do PSTU, revelou projetos radicais e se diz contra o Bolsa Família e a Transposição do Rio São Francisco". Pronto, o chefe já tinha dado nova cara ao texto.

Mas o que disse exatamente Zé Maria? Sobre o bolsa família "que esse povo precisa é de emprego. O governo precisa garantir trabalho e salário digno para as mais de 40 milhões de pessoas que dependem dessa ajuda do bolsa família".

E a Transposição? "Só vai beneficiar 4% da população e resolver os problemas das grandes empreiteiras. Nossa proposta para acabar com o problema das secas é que primeiro sejam realizadas um série de pequenas obras, a exemplo da construção de cisternas, que beneficiem toda a população e não só uma parcela dela. E segundo que o Governo apóie financeira e tecnologicamente os agricultores, fazendo um estudo de clima e solo e identificando qual tipo de cultura se adequa melhor à região".

Eu entendo Camila. Se é para assinar isso, é melhor ficar com as fotos. E que outros criem a criança.





Um comentário:

Débora disse...

Gato,

Pelo que eu soube as rádios também repercutiram da mesma forma. Só que a chamada da entrevista foi mais completa

"Vem ai o candidato à Presidência que defende o casamento homossexual, a legalização das drogas, do aborto e o fim do bolsa família! Não perca!"

Não tive a oportunidade ainda de ouvir o candidato do PSTU, mas creio que ouvirei através de seus militantes ou se ele vier novamente. Me pergunto se o voto deve ser nulo para a maior parte da esquerda 'radical' no Brasil, porque os partidos de esquerda disputam as eleições. Se é pra utilizar o espaço para divulgar o programa, não deveria pedir voto. Ao meu ver, claro.

Se é pra ser radical, tem que ser em tudo. Sem cair em maiores contradições.

Muito bom o texto! Te amo, meu amor.