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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobre as eleições

As pesquisas davam como certa a vitória de Heloísa Helena. As urnas a deixaram de fora do Congresso e colocaram dois típicos políticos nordestinos, a saber, Renan Calheiros e Benedito de Lira. Renan parecia cartada certa, seu "curral eleitoral" é enorme no Estado, seus aliados, prefeitos e "mandantes" do interior, sempre estiveram em bom número. Coube a 'Biu' de Lira o papel sujo, atacar HH com todo o poder que a indústria da propaganda é capaz de comprar.

O personagem Cabeça, um desenho animado com sotaque de sertanejo, foi a ferramenta usada para atacar a líder do PSol de todas as formas. Vale lembrar também que 'Biu' não é um político que merecesse ser subestimado. O fato de ter sido o deputado federal mais votado nas eleições anteriores já deveriam garantir o pé atrás, ou seja, sua ampla aliança no interior deveria ser vista com mais respeito pela ex-senadora e sua equipe. E, o mais importante, o apoio de Cícero Almeida, prefeito de Maceió reeleito com mais de 80% dos votos, na capital era garantia de voto certo.

Para a esquerda, a derrota de Heloísa é catastrófica. Figura mais importante construída desde o pós-Lula, mesmo com todas as críticas e contradições que sua caminhada (em especial em momentos recentes como o apoio a candidatura de Marina Silva, sendo que o partido tinha Plínio de Arruda Sampaio como candidato a presidência, ou a negativa de ser candidata a presidência, insistindo na candidatura ao senado), uma derrota local enfraquece-a como referência de figura pública da esquerda.

A derrota de Heloísa só demonstra que o personalismo que a política institucional colocou como regra deve ser, no mínimo, repensada enquanto atuação da esquerda. O período pós-Lula precisa ser pensado com esses dois pontos a médio prazo: as figuras do pós-ditadura precisam assumir o protagonismo do debate, ou seja, essas superar o debate dos benefícios da abertura democrática. Apenas novas figuras podem assumir essa questão com protagonismo, as de sempre já mostraram suas dificuldades. O segundo ponto é a desmistificação da figura pública e a construção da propaganda pela mobilização, com a luta real é que novas figuras devem aparecer naturalmente e não as auto-proclamadas direções.

Ainda sobre as eleições e a esquerda, em especial a alagoana, o professor Globery Lessa escreveu um artigo no blog do jornalista Odilon Rios (http://www.alagoas24horas.com.br/blog/index.asp?vPagina=6&vCod=52). A crítica do professor Golbery é problemática, mas merece uma leitura.


A campanha ao Governo do Estado, pelo menos no guia, é de baixíssimo nível. E pensar que quatro anos antes os dois apareciam sorrindo, lado a lado.

2 comentários:

Débora Accioly disse...

Nossa, que saudade que eu tava dos teus textos! Apesar... de ouvi-los todos os dias de forma incansável =) Fazer o que? Sou fã da tua boca... ops... :)

Então... eu soube hoje que a HH pediu renuncia temporária do partido, né? Afinal... acho que o centralismo autoritário bateu nela de vez! Além de negar um posicionamento do partido na candidatura,não apoiar o Plínio, mostra no minimo muita imaturidade partidária.. e a troco de que? Agora tá sem cargo: FUDEU.

Não sei se a solução seriam novos protagonistas ou se a nossa tentativa tem que ir de encontro a esse protagonismo... Depois de LULA, fica dificil confiar novamente numa estrela solitária que salvará a humanidade

Amei o texto... quero agora o sobre a Paraiba e sobre o Brasil.

Te amo, meu Baco.

Anderson Santos disse...

Pois é, Homero. A campanha do Biu, indo pelo lado do marketing político, foi perfeita. Convenceu a tal ponto que ele superou Renan Calheiros e suas dezenas de prefeituras.

Quanto a HH, parte de mim tinha raiva por tudo q ela e o seu grupo fizeram dentro do Psol e parte sabia q ali residia um mal bem menor q o trio Collor-de Lira-Renan.

Espero que o passo dela não seja o mesmo de ex-Psol, voltar ao PT.