






Não pretendo aqui falar sobre o que penso em relação ao conflito em Gaza. A idéia é mostrar um pouco da arte de Carlos Latuff. Cartunista, trabalha na imprensa sindical desde 90, foi assim que descobriu que a arte militante era sua vocação. Com trabalhos que falam desde a causa palestina, passando pelos confrontos em Oaxaca, a ação crimonosa da polícia do Rio de Janeiro, além de belas críticas ao governo estadunidense, Latuff é um dos poucos cartunistas que continuam no campo da esquerda, que não se deixaram levar pelo discurso fácil de que a ideologia acabou, ou que essa democracia é o estado final da humanidade. Ele mostra em suas charges que a opressão continua existindo.
Um brasileiro de menos de quarenta anos é conhecido de toda a esquerda mundial. Como isso foi possível? Graças a internet. Foi através dela que Latuff conseguiu aquilo que queria. Explicando do início: o cartunista explica que só foi procurar a imprensa sindical porque as outras portas estavam fechadas. Apesar de ter começado a tarbalhar com a imprensa sindical em 90, foi apenas em 96 que sua consciência deu uma "rodada". Após assistir um documentário sobre a causa zapatista, Latuff se solidarizou e resolveu produzir imagens em favor do povo de Emiliano. Ele continuou trabalhando junto à imprensa sindical, de onde tira seu sustento. Mas, são temas como o do povo palestino, o iraquiano, os sem-terra, os sem-teto, as rádios livres, entre outros o que mais lhe dão a motivação militante: "não cobro nada. Precisou, eu desenho" disse em entrevista ao site Fazendo Média.
Graças ao Copyleft ( forma de usar a legislação de proteção dos direitos autorais com o objetivo de retirar barreiras à utilização, difusão e modificação de uma obra criativa) Latuff hoje é conhecido mundialmente como defensor das causas dos oprimidos, mostrando que é possível fazer arte militante de qualidade, sem se vender a grande mídia (ou mídia corporativa como ele prefere). Afinal, como ele mesmo diz: somos todos palestinos!
8 comentários:
Latuff é bom desenhista mesmo. além de tudo, é de esquerda!
Quanto ao "somos todos palestinos", entendo que ele quer dizer que há milhões de formas de mostras de desigualdade no mundo. Caberia aos outros perceberem isso e se juntarem à dor palestina e pensar no fim total das desigualdades, seja em qualquer parte do mundo.
E,para isso, vc sabe como fazer.
Ah seu eu soubesse como fazer!!
Aê Homero. Gostei do texto e fiquei contente em conhecer este cartunista de que falas. Fiquei curioso para conhecer sua obra.
Lembrei-me de você um dia desses. Fiquei imaginando alguém um dia me perguntando sobre a música "Em mi menor", na qual eu critico a burguesia: "Então Salomão, quer dizer que você é um cara de esquerda?"E eu responderia: "Não, rapaz, isso é fruto de umas poucas leituras, algumas vivências e as conversas que eu tinha com um cara na época da faculdade, um cara chamado Homero... Varávamos madrugadas discutindo assuntos os mais diversos..."
E que seu blog traga sempre a ideologia de um mundo melhor. Abraço!
Mais uma coisa: rapaz, estive pensando na sua idéia de montar uma blogosfera alagoana e estou aqui pra te encorajar a fazer isso. Tenho visitado blogs excelentes daqui de maceió, e fico pensando que seria bom ter um blog que funcionasse como um catálogo de blogs. E nem precisaria ficar atualizando direto, só se vc quisesse.
Tipo, seria um catálogo mesmo dos blogs, um ponto de referência pras pessoas conhecerem a produção daqui. Um abraço!
O quadrinho é legal. Mas tu és um pelego de carteirinha, Homerótico!
\o/
Postar um comentário